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  • Equipe Get Ahead

Depressão causa perda anual de 78 bilhões de dólares no Brasil

Pesquisadora da London School of Economics mostra os efeitos do estigma sobre doenças mentais no trabalho e na economia



Não ajudar os funcionários com seus problemas de saúde mental tem um custo – e ele é caro. Segundo a pesquisadora Sara Evans-Lacko, da London School of Economics, o Brasil perde 78 bilhões de dólares com a queda de produtividade causada pela depressão.


O dado isolado parece justificar o estigma que pessoas com doenças psiquiátricas já sofrem no ambiente de trabalho. E aí entra um fato revelador da pesquisa: reverter esse cenário depende da cultura da empresa e das lideranças, não do indivíduo.


A pesquisadora revelou o fator que pode ser decisivo para reverter esse cenário de improdutividade durante sua apresentação no Summit de Saúde Mental nas organizações no dia 9 de dezembro.


Nós descobrimos que se um funcionário com depressão trabalha em um lugar sem nenhum apoio do gestor ou o gestor evita falar da depressão, então ele tem mais chances de tirar licença médica no trabalho. Por outro lado, se o gestor oferecesse ajuda, a pessoa tem menos chance de ficar longe do trabalho”, fala ela.


Os dados lidam com uma medida que todos os empregadores deveriam estar alertas: o absenteísmo.


Quando começamos a falar de questões de saúde mental no trabalho, olhamos para os dados de absenteísmo, que é a licença médica. Mas a gente tem um dado significativo, três vezes mais impactante para as organizações do presenteísmo, onde eu estou no ambiente de trabalho, mas não estou conseguindo trabalhar no meu potencial”, explica Cintia Gonçalves, sócia e fundadora da GET AHEAD, que coordenava o painel.


O presenteísmo é o outro lado da moeda, quando o funcionário comparece ao trabalho, mas ainda há uma grande perda de produtividade pela falta de apoio.


Na pesquisa de Sara Evans-Lacko, o apoio dos gestores representou um impacto na produtividade das pessoas com depressão. A falta de suporte mostrou que os funcionários são menos produtivos, mesmo comparecendo ao trabalho.


Isso mostra um argumento econômico real para a diminuição do estigma no ambiente de trabalho. Não apenas para o bem estar dos funcionários, claro, e para promover uma cultura de trabalho positiva, mas também para o argumento da produtividade econômica para os empregadores”, comenta a pesquisadora.


Ela fala que existem casos que já mostram que é possível promover ações de conscientização no trabalho sobre os problemas de saúde mental e como dar suporte para pessoas com esses problemas para reduzir o estigma.


Para o psiquiatra Rodrigo Bressan, fundador do Instituto Ame Sua Mente, é importante ressaltar que ao falar de saúde mental, o assunto toca 100% das pessoas. Embora existam doenças crônicas e situações mais graves, o estresse e a administração de emoções deveriam ser preocupação de todos.


Enquanto até um quarto da população mundial terá algum transtorno mental ao longo da vida, apenas 1 em cada 20 dessas pessoas terá alguma incapacitação decorrente da doença. Segundo o médico, o estigma atrasa a busca por tratamento.


Tudo começar com o autoconhecimento, as noções de como a gente funciona. Estamos acostumados a olhar nossos talentos e deficiências para as tarefas, como ir bem em matemática e em outra coisa não. E a gente não percebe tanta clareza para em que tipo de relacionamento você funciona melhor ou pior”, explica o médico.


Os debates do Summit de Saúde Mental você assiste neste link.

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